Newsletter 20 Ago 08
Cadáveres Empresariais - mais de cem anos e ainda fedem!
por: Lauro Blanco Junior

Em meu artigo anterior, abordei a responsabilidade individual e o obsoletismo do modelo de administração ainda (infelizmente) aplicado em muitas empresas.

É válido analisarmos o passado empresarial para melhor compreensão do que hoje ocorre e o porquê de um título tão instigante. Este modelo foi construído durante a segunda metade do século XIX. Naquela época tínhamos as seguintes condições:

· os mercados eram essencialmente locais; quando muito alcançavam em alguns raros negócios, âmbito nacional;
· a comunicação era precária; as informações demoravam dias e até semanas para chegar ao destino (até mesmo o telégrafo havia sido efetivamente criado poucos anos antes);
· o trabalho era essencialmente manual (daí a expressão mão-de-obra);
· os trabalhadores tinham baixa escolaridade (estudo era um luxo para poucos);
· o capital era um recurso escasso;
· a estabilidade do emprego era a regra.

Junto com o século XX grandes mudanças começaram a eclodir no mundo. O automóvel e a aviação foram grandes impulsionadores da indústria. Com o crescimento das empresas, se antes a administração era praticada pelos próprios proprietários, a partir da década de 30 surgiu o movimento da profissionalização desta administração, derrubando o modelo feudal instalado, onde o capital financeiro era o mandatário. O capital mental passou a ser a tônica administrativa, onde pessoas preparadas passaram a assumir o comando das empresas. Ainda assim a administração estava restrita às salas dos executivos e o modelo hierarquizado, de decisão centralizada, ainda era de aplicação prática efetiva.

A evolução da sociedade e as conquistas científicas ocorridas a partir da década de 60 é que viraram de pernas para o ar este modelo de gestão de decisão centralizada.

Com a popularização e a massificação dos meios de comunicação o mundo encolheu, os mais humildes na estrutura social passaram a ser bombardeados de informação e o nível de conhecimento geral teve uma escalada vertiginosa.

Nos últimos 30 anos, com o advento dos satélites, da microinformática, da internet, entre outros avanços tecnológicos, o mercado teve suas distâncias virtualmente eliminadas. O modelo de administração na grande maioria das empresas não acompanhou estas mudanças.

Resumidamente, temos hoje a seguinte situação:

· os mercados estão globalizados;
· os meios eletrônicos permitem comunicação instantânea, com respostas rápidas e competitivas;
· o trabalho manual foi largamente substituído pela automatização;
· a especialização do trabalhador é uma realidade inequívoca.

Hoje o que conta em termos de trabalho é a criação, transmissão e manipulação da informação e do conhecimento. A cada dia menos trabalho manual se faz necessário; a necessidade da força física está reduzida a pequenos nichos, com tendência ao desaparecimento. Estamos na era do Capital Intelectual.

As circunstâncias mudaram, e como mudaram! Mas o objetivo continua sendo o mesmo: o Resultado!

Mas parece que este alvo parece cada vez mais distante, mais inatingível! Por que isto?

Ocorre que no modelo centralizado, os cérebros de seus subordinados são desprezados pelo poder instalado; os funcionários percebem este desprezo e assumem posições condizentes. Estes ao chegarem à empresa, estacionam do lado de fora, seu intelecto, seu compromisso e seu suor, trabalhando muito aquém de sua capacidade. Afinal de que adianta carregar este “peso morto” que ninguém quer na empresa?

Na busca do resultado a qualquer preço, em função da centralização decisória, muitas empresas acabam por cometer os piores erros, favorecendo a abreviação de sua sucumbência. A perda de rentabilidade provocada pelo acirramento do mercado faz com que empresas ajustem suas perdas de caixa com reestruturação, ou mais claramente, corte de pessoal ou dos altos salários. Ou ainda tomam atitudes inexpressivas como economizar no cafezinho, ou no café matinal dos operários.

O desligamento de um líder verdadeiro cria estagnação em sua área de influência pela perda de referencial; se esta perda for em uma área de resultados, o risco de abreviação da sucumbência pode se tornar iminente. Estas atitudes provocam os trabalhadores a se comprometerem cada vez menos com a empresa, uma vez que percebem o quão descartáveis estão se tornando.

Para a empresa que quer ser perene é necessário que ela quebre este paradigma e assuma a necessidade do intelecto de seus colaboradores. É necessário que se permita que eles assumam suas responsabilidades, se sintam importantes e somente assim estes funcionários se tornarão compromissados, tomando a empresa como se fossem deles.

È muito difícil fazer com que as pessoas sejam responsáveis por si mesmas; é uma postura incompatível com a herança do modelo instalado e profundamente arraigado. Referenciais positivos são fundamentais para que esta quebra seja abreviada reduzindo o hiato criado pela drástica mudança.

Mas creia, esta mudança é inevitável!

return

Apresentação
Resultados
Trajetória
Especialização
Artigos
Literatura
Multimídia
Links e Parcerias
Contato


























































































lauro@blanco.pro.br

©2009 - Todos os direitos reservados - Desenvolvido e criado por L Blanco Jr

Cel: 11 8155 8077
Tel: 11 5641 6351

Apresentação Resultados Trajetória Especialização Artigos Literatura Multimidia Links/Parcerias Contato