Imagine a seguinte cena: 07:51 horas do dia 12 de janeiro de 2007, uma sexta feira, na galeria de acesso ao metrô da estação L’Enfant Plaza em Washington DC (com certeza poderia ser em qualquer lugar do mundo), um músico vestindo jeans, boné e camiseta, retira seu violino do estojo e, em um canto inicia a tocar magistralmente as mais belas composições clássicas por cerca de 45 minutos.

Ocorre que este músico era simplesmente Joshua Bell, considerado como um dos maiores violinistas da atualidade, tocando simplesmente um Stradivarius de 1713, avaliado em US$ 3,5 milhões; um ingresso para uma apresentação de Bell custa no mínimo US$ 100,00, chegando a US$ 1.000,00 com lotação normalmente esgotada.

Esta apresentação foi uma experiência do jornal “The Washington Post” para avaliar a reação da população à musica do instrumentista, num ambiente comum e num momento inexperado.

Somente uma pessoa reconheceu Bell e infelizmente muito poucas pessoas pararam para assistir e saborear a esta apresentação; ao todo, foram 7 os indivíduos que interromperam seus passos para ouvir Bell, enquanto 27 decidiram dar-lhe algum dinheiro. Durante esta apresentação ele consegue arrecadar US$ 32,17 e 1097 pessoas passaram a poucos metros de distância durante sua apresentação.

Este experimento demonstra o quanto estamos acostumados a dar valor às coisas somente dentro de um contexto estereotipado. Assim como ocorreu com Bell, raramente conseguimos dar valor a uma obra de arte sem molduras.

No campo corporativo, existe a mesma tendência de visão obtusa, o falso líder (aquele que detém o poder somente) não consegue ouvir uma boa idéia por que ela vem de um corpo vestido de macacão sujo de graxa; as idéias são só geniais quando emolduradas por caras gravatas.