As 150 melhores empresas de 2007 não devem seu sucesso apenas às práticas consistentes para gerir pessoas. A competência dos profissionais que trabalham nelas certamente contribui para que as companhias apresentem números tão expressivos nos negócios, e o principal deles é a rentabilidade sobre o patrimônio.Enquanto as 500 maiores empresas do país, segundo a revista Exame, têm rentabilidade média de 12,87%, as 150 do guia das Melhores para Trabalhar obtêm retorno de 18,04%. Já as dez campeãs de 2007, 27,5%. Ou seja, os colaboradores são felizes, assim como os acionistas.
Essa rentabilidade é alcançada graças ao empenho e eficiência das pessoas que trabalham nas empresas do Guia. Gente que tem foco no resultado, entusiasmo e espírito de equipe.Mas não só isso. Essas pessoas reúnem também um conjunto de competências e atitudes diferenciadas. Para descobrir quais são elas, entrevistamos os diretores de RH e outras lideranças das dez melhores deste ano. Eles nos ajudaram a traçar o perfil do profissional ideal para trabalhar nas melhores empresas.Veja o depoimento de dois deles:
“O profissional deve ter visão sistêmica. Quem possui essa característica consegue ver as interfaces entre os processos e prever os problemas. Também é importante o auto desenvolvimento. Ser uma pessoa que busque formação e informação não apenas por meio de cursos, mas também no dia-a-dia, por conta própria.” Paulo César Albuquerque, diretor de RH da Albras, produtora paraense de alumínio e vice-campeã de 2007.
"É importante também ter versatilidade, pois ela permite que o profissional avance, apesar das dificuldades. Assim, ele se sai bem, mesmo que nunca tenha feito um determinado tipo de trabalho na vida.” Luiz Eduardo Rubião, presidente da Chemtech, empresa carioca de engenharia e tecnologia e oitava no ranking.
PERFIL IDEAL
Além de ter uma boa formação e de dominar tecnicamente a função, os diretores de RH das dez melhores deste ano citaram sete outras competências fundamentais para um profissional conquistar uma vaga em suas empresas:
1º Espírito de equipe
2º Foco no resultado
3º Versatilidade
4º Talento para liderar
5º Visão sistêmica
6º Capacidade de se auto desenvolver
7º Entusiasmo
O professor Joel Dutra, da Fundação Instituto de Administração (FIA), de São Paulo, que é parceiro da VOCÊ S/A na metodologia da pesquisa que resulta no Guia das Melhores Empresas, vai além. Aqui, ele comenta atitudes, essas de ordem mais geral, que têm a ver com maturidade profissional e que complementam as habilidades que as dez melhores empresas — e as outras organizações presentes no anuário — procuram em seus colaboradores.
Ser ambicioso – Nem sempre o que diz o senso comum é o melhor.A ambição só vai trabalhar a favor de alguém se essa pessoa tiver uma boa dose de autoconhecimento. E isso quer dizer ter uma visão do que pretende fazer no futuro. Quem pensa a carreira a partir de sua realidade atual tenderá a continuar do jeito que está, porque constrói sua visão com as circunstâncias que vivencia hoje.
Pensar a carreira fora da caixa – Ninguém deve limitar sua vida profissional àquelas caixinhas do organograma da empresa. É preciso considerar que esse plano de carreira não foi desenhado especificamente para ninguém. Portanto, sempre é mais indicado pensar a carreira fora dele.
Saber o que é oportunidade – Antes de aproveitar uma oportunidade, todo mundo deve se perguntar se ela tem mesmo a ver com seus planos.A princípio pode parecer que não,mas, algumas vezes, andar para o lado pode ser mais vantajoso do que uma promoção.
Aprender com o dia-a-dia – Muita gente acha que estudar é o único ou o melhor jeito de aprender.Acontece que o dia-a-dia costuma trazer muitas oportunidades de aprendizado — é preciso saber enxergá-las. E, se for o caso, até ir atrás de experiências que possam completar sua formação. De preferência, trabalhar com pessoas de outras áreas, que têm outra visão do trabalho e da empresa. |